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Campo Alegre Notícias

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Campo Alegre: ESQUECIDOS pelo poder público municipal comunidade do Povoado Pinga passa sede e tem EDUCAÇÃO PRECÁRIA

 
 
O PINGA é um povoado que se destaca pelas suas belezas naturais, como é o caso da composição rochosa (serra) que pinga água durante todo o ano, atraindo mais de 5 mil romeiros de vários estados do Brasil que no dia 13 de junho, se aglomeram na pedra do Pinga, para celebrarem uma missa campal, pagarem promessas e realizarem dezenas de batizados. A Comunidade Santo Antônio do Pinga é um povoado afastado da sede do município, com acesso somente por estrada de chão batido e está “ao pé” de uma depressão geológica em formato de “ferradura”, com altura aproximada de 15 metros, com 400 de distância entre as duas extremidades da formação rochosa. 
 
Pinga é local de Romaria, para muitos é local de milagre
 
O nome da Comunidade Santo Antônio do Pinga, se dá em virtude da água pingar da formação rochosa. Para alguns a água faz milagres.
 
Ao entrar no povoado, distante 30 quilômetros da sede do município, desprovido de qualquer investimento da administração publica municipal, a impressão que se tem é que a vida estacionou ali e que aquelas 06 famílias que formam a comunidade estão isoladas da civilização. As condições de vida da população do Pinga se igualam aos padrões de miséria das regiões mais pobres da África, com casas desprovidas de qualquer tipo de conforto e da ausência total de acesso aos benefícios da civilização no século XXI.
 
Povoado não tem energia e nem água 
 
Em visita ao santuário e a sede do povoado o que se pode observar é que ambos estão totalmente esquecidos pelo poder publico municipal. Na comunidade os populares clamam por água e o santuário esta tomado pelo lixo e materiais recicláveis como papel, tecido e plástico que colocam em risco a vida do rebanho caprino e ovino, caso venham ingerir sacolas plásticas e seus derivados que estão espalhados por todos os cantos do local. O descaso da administração púbica não para por ai, não existe na comunidade um poço para suprir a necessidade de água daquele povo. 
 
Há lixo por toda parte do santuário
 
A equipe de reportagem do Jornal O Dia e do Portal Jenipapo.com flagrou populares e principalmente crianças, em cima de algumas pedras disputando água com os animais e aguardando os baldes encher no' pinga- pinga' de água que sai das rochas. Esta é a única fonte de água por ali.
 
Duas horas é o necessário para encher um balde de 8 litros, que é carregado na cabeça por um distância de aproximadamente 500 metros.
 
O morador Romão José Nascimento, 50 anos, esta temeroso, pois, segundo ele, a quantidade água que sai das rochas esta diminuindo.
 
“Temos medo que a água acabe, a cada dia vai diminuindo, antes dava para dividir a água com os animais, agora não da mais, cavamos buracos na parte baixa da rocha para aparar a água, e tivemos que fazer um cerco de varas para os animais não entrar e beber a água. Tenho pena dos bichinhos, mas não podemos dividir a água, se não, faltará para nos”, lamenta.
 
Morador fez buraco na rocha para reter a água que será consumida
 
Ainda segundo o morador, outra dificuldade enfrentada pela comunidade é na hora de lavar roupas. Ainda segundo ele, existe um poço perfurado na comunidade, mas que nunca foi equipado pela prefeitura. 
 
“Para lavar roupas as mulheres caminham 6 km ate o povoado Grotão e lavam a roupa lá”, diz o morador resignado com a falta de acesso a um bem essencial. Essencial também deveria ser o acesso à escola, mas as crianças e os jovens da comunidade frequentam uma única escola, que funciona de forma ‘improvisada’. 
 
Para encher um balde no pinga-pinga d'agua que sai das rochas leva em torno de duas horas
 
A prefeitura de Campo Alegre do Fidalgo, não fecha os olhos apenas para o abastecimento de água. Lamentável e caótica é a forma como os alunos da comunidade são tratados. A cena que se vê é um galpão de difícil acesso por conta da grande quantidade de areia existente no local, com algumas carteiras e um quadro negro: Este é o local onde as crianças do povoado estudam. Os banheiros do local improvisado para dar aulas, estão fétidos e sem nenhuma condição de uso.
 
Escola é em local improvisado
 
Os moradores do povoado ainda não desfrutam do conforto de ter energia elétrica em suas residências. Na comunidade ainda se usa o famoso lampião a querosene. 
 
Sem chuvas, na comunidade os moradores vivam basicamente de aposentadorias e programas sociais do Governo Federal.
 
Esta é a realidade de Campo Alegrenses que vivem no limite da miséria e que só são lembrados pelos políticos a cada nova eleição.
 
Outro lado
A Reportagem do Portal Jenipapo entrou em contato com a Secretaria de Educação do município, Salete Ribeiro, filha do Prefeito Netinho Ribeiro, que explicou que o município foi contemplado com uma máquina perfuratriz e garantiu que um poço será perfurado no povoado Pinga. Em relação a Educação a secretaria informou que assumiu recentemente a pasta é que irá fazer um levantamento para detectar o que deverá ser melhorado na educação do município. Salete afirmou que o problema na comunidade do Pinga é uma herança da gestão passada. “O povo tolerou 8 anos e nunca reclamou, e agora está reclamando”, enfatizou Salete.
 
Esta é a sala de aula do povoado
Banheiros sujos e sem condições de uso
Local foi cercado  para evitar que animais entrem e bebam a água
Rocha por onde sai  a água que mata a sede da comunidade
Animais bebem apenas lama
Buraco feito para acumular água que cai do pinga-pinga das rochas